Igreja inova ao reservar espaço para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

São atitudes como estas que nos fazem orgulhar de sermos cristãos. Este é um dos papeis da igreja de Cristo.

Igreja inova ao reservar espaço para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Em um ato de acolhimento, amor e respeito ao próximo, a Igreja Evangélica Assembléia de Deus localizada no bairro do Belenzinho/SP vem promovendo uma série de ações ligadas à acessibilidade para pessoas com diversos tipos de deficiência, sejam elas de natureza física, mental, intelectual ou sensorial.

Em evento com a juventude (UMADEB/SP) realizado de 19 a 21 de julho de 2024, contou com um espaço de acolhimento para pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O espaço foi reservado e estava disponível para ser usado tanto para crianças, adolescentes e jovens que apresentavam alguns dos transtorno citados acima e, em especial autistas. 

São atitudes como estas que nos fazem orgulhar de sermos cristãos. Este é um dos papeis que deve ser exercido pela igreja – acolher ao próximo, principalmente a aqueles mais necessitados e que possuem um certo grau de dificuldade de convívio e incluí-los em nosso meio.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção a Doença (CDC) dos Estados Unidos em matéria do site da BBC, revela que em cada 36 crianças americanas com menos de 8 anos, 1 têm autismo. Para se ter uma idéia, no ano 2000 a taxa era de 150 para 1 criança, e nos anos de 1960 era de 2.500 para 1 criança. Esta pesquisa mostra o quanto as igrejas em geral, precisam estar atentas.

Quando a inclusão do autismo na igreja é efetiva, existem diversos benefícios à vida das pessoas diagnosticadas com este transtorno. Isso porque é a partir deste aconchego que estas pessoas poderão desenvolver suas habilidades e convívio dentro das igrejas, ajudando-os a superarem as suas dificuldades, além de ajudarem aos seus pais ou responsáveis a terem um tempo para culto na igreja. Inclusive há relatos de pais que quase não vão à igreja, justamente pela dificuldade e falta de inclusão destas pessoas. 
Pessoas com TEA as vezes apresentam certas dificuldades em compreender a liturgia na igreja. Por isso, é essencial que os responsáveis utilizem uma linguagem mais objetiva, evitando assim, o uso figurativo. 

A Igreja Assembléia de Deus em sua sede no bairro do Belenzinho em São Paulo, já conta com especialistas em interpretação e tradução em libras nos seus cultos a alguns anos. Isso tem se espalhado em várias igrejas filiais, como por exemplo no bairro Tijuco Preto em Vargem Grande Paulista, setor de Caucaia do Alto em Cotia SP e em muitas outras igrejas deste ministério.

É importante salientar que atitudes como estas também estão se espalhando por outras denominações de igrejas cristãs espalhadas em nosso Brasil, refletindo assim, a importância do assunto na sociedade como um todo.

Visitei o evento no sábado 20/07/2024 à tarde e, apesar de ainda um pouco tímida a iniciativa, havia de fato um espaço reservado para este acolhimento. Achei super interessante porque havia também alguns brinquedos direcionado, além de pessoas uniformizadas e identificadas com o símbolo do autismo.
O ponto negativo (uma leve crítica) foi que ao chegar no local, questionei a 3 recepcionistas diferentes informações sobre onde seria o espaço reservado para o acolhimento das crianças especias, e elas não souberam dar informações. Há o fato também de não haver nenhum tipo de aviso na igreja (cartaz ou som) sobre este espaço reservado, o que fez com que pais com crianças ou jovens nestas condições não soubessem da iniciativa. 
Mesmo assim, com algumas ressalvas, a idéia é boa e acredito que melhorias serão realizadas aos próximos eventos, sejam eles para jovens, adolescentes ou adultos. Estas ações precisam ser inseridas em todos os tipos de eventos.

A nossa equipe entrou em contato com o coordenador da recepção do evento, o Diácono Joel Monteiro, o qual nos enviou a seguinte nota:

“Faz alguns anos que trabalhamos recebendo pessoas, sempre no sentido de acolhimento independentemente da situação, seja público interno ou externo.         
Interno porque trabalhamos com um grupos de mais de 6 gerações diferentes, dos 11 aos 65 anos e procuramos manter uma harmonia e equilíbrio entre todos.              
Esses jovens internos, membros da igreja, muitos vem de famílias carentes, outros praticamente sem família e ainda outros, com algum tipo de distúrbio. Procuramos ter essa sensibilidade para entender, aconselhar e acolher e externo, porque recebemos moradores de rua querendo todos os tipos de auxílio nesse sentido, procuramos atendê-los dentro das nossas possibilidades e condições.

Sempre em nossos eventos, procuramos ver as necessidades para que todos tenham a melhor acomodação e, nesse olhar, percebemos que chegam muitas família, trazendo pessoas com algumas deficiências, sejam deficiências visuais, auditivas, cadeiras ou com mobilidade reduzida. Porém nos últimos anos, percebemos algumas mães com filhos com TEA. Um de nossos pastores veio conversar conosco alertando do problema e sugerindo uma palestra de orientação e informação, evitando assim, julgamentos negativos e desnecessários, até porque desconhecem o assunto. Vale ressaltar que dentro da nossa Coordenação, temos uma mãe com um filho de 13 anos com TEA o qual sempre a acompanha em nossas reuniões.

Diante disso, surgiu a ideia de ter alguém, seja técnico ou com experiência, mãe, que poderia nos ajudar na recepção nos eventos da Umadeb/SP, auxiliando outras mães, com efeito duplo: Apoio ao filho com TEA e a mãe que diminuiria o stress, trocando experiências com outras mães, fazendo com que estas mães, não se sinta sozinha, mas que tem alguém ali com quem possa compartilhar suas ansiedades.

Então, pela primeira vez, de uma forma tímida, com apoio da Diretoria, adquirimos alguns materiais específicos e uniformes próprios e convidamos essa mãe para ficar no evento em um lugar apropriado para dar esse suporte.

Sobre os pontos negativos apontados, quero agradecer por pontuar, pois estávamos apreensivos por ser algo novo para a nossa equipe e por não ter muita experiência na área. Justamente por esses motivos, não colocamos na entrada nenhuma placa direcionando, devido ao fato de ser um projeto inicial e no primeiro momento, achamos melhor uma abordagem mais comedida.

Tivemos uma renovação em mais de 50% em nosso quadro da recepção e isso impactou um pouco na falta de informação, Nosso objetivo é sanar estas “lacunas” para um melhor atendimento em nossos eventos futuros. Até porque, dentro dessa primeira experiência, tivemos muitas respostas positiva, inclusive descobrindo outras mães que tem filhos com TEA e estavam deixando de trazê-los para a igreja”.

O site Através da Bíblia parabeniza a organização da igreja, em especial a UMADEB/SP por esta iniciativa.